Acho que todas já ouviram falar, e cada vez mais, da importância de sermos seres que habitemos o planeta Terra de forma sustentável, para que não impactemos o meio ambiente negativamente, influenciando no desenvolvimento natural de todos os tipos de vida sobre o planeta.
Pois muito bem, definições do que é DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, também já deve ter ouvido ou lido em algum lugar, como do famoso Relatório Brundtland de 1987, onde se define como:
“Aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”.
Eu, Elis, particularmente, gosto muito da definição de SER SUSTENTÁVEL do físico e cientista Fritjof Capra;
“Uma comunidade sustentável deve ser desenvolvida de forma que a nossa forma de viver, nossos negócios, nossa economia, tecnologias, e estruturas físicas não interfiram na capacidade da natureza de sustentar a vida. Devemos respeitar e viver de acordo com isto”
Ou seja, é exatamente o contrário do que anos e anos nós como seres humanos temos feito, impedido que outros seres vivos tenham o direito a vida tanto quanto nós!
Capra ainda complementa que, para que possamos habitar de forma sustentável sobre o planeta, precisamos entender como a natureza sustenta a vida, isso envolve toda uma nova compreensão ecológica, um pensamento sistêmico!
Definições e interpretações não faltam, e de certa forma convergem para a necessidade de mudanças de hábitos de nós seres humanos, os quais poucos são discutidos e falados em uma simples conversa entre amigos ou familiares. Um debate saudável, um dialogo onde se troca experiências, acertos, erros e desabafos, de como podemos, de forma natural, tentarmos ser mais sustentáveis, na forma mais ampla de se pensar, no nosso dia a dia.
Portanto, tomei a liberdade de dividir com vocês, sem nenhum tipo de julgamento ou tentativa de apresentar algo que seja 100% correto ou errado, 100% sustentável, o que ao meu ver é impossível dentro do modelo de sociedade capitalista que vivemos, minhas ações/hábitos que considero contribuições para uma vida mais sustentável sobre a Terra, até como forma de troca e para ouvir/ler de vocês o que fazem e pensam sobre.
Sendo assim, antes de relatar um dia comum em minha vida, onde muitas atitudes são resultado de pensamentos e reflexões de cada ato, queria lembrar que também, quando falamos em impacto negativos ao meio ambiente, envolve o tipo de relação que temos com as outras pessoas, e, portanto, ai também está um ponto para refletir, quando falamos em sustentabilidade.
Meu dia começa, imagino, como de uma grande maioria, sofrendo para levantar da cama pela manhã, coloco o podcast de noticias para ouvir, e faço meu café da manhã, sempre com uma fruta, essa comprada, sempre que possível, de um pequeno produtor e orgânico, bem como fruta da estação, a qual tento aproveitar ao máximo, e o que eu não consigo, é picado e destinado para minha composteira doméstica.
Tenho uma pequena composteira que cabe na minha minúscula lavanderia de apartamento, onde lá, coloco quase todo meu resíduo orgânico de cozinha, exceto aqueles que não são bem vindo em minhocários como casca de citros, alimentos cozidos e temperados, e onde gero meu composto orgânico sólido e líquido, os quais uso em minhas MUITAS plantinhas para adubá-las! 🙂
Para me arrumar, minhas escolhas quanto a vestimenta, primeiramente compro o menos possível e apenas o necessário, mas quando preciso, busco comprar em brechós, ou de produtoras independentes, pequenas marcas, e locais. O protetor solar que passo no rosto todo dia, após escovar os dentes com uma escova de bambu, bem como a pouca maquiagem que uso, são produtos veganos e produzidos por uma pequena marca de cosméticos, fomentando a economia local.
Se estou naqueles dias do período menstrual, opto pelo uso do copinho menstrual de silicone, ou o uso de absorventes de pano, abolindo, de vez, o uso de absorventes descartáveis, de qualquer tipo.
Tento o máximo me locomover com transporte público, mas ainda, para vencer grandes distâncias e quando preciso entregar materiais para execução dos serviços de paisagismo, uso o carro, uma vez que não sinto a oferta de transporte público na cidade de São Paulo capaz de me proporcionar o uso exclusivo do transporte público, mas de fato, ando MUITO a pé! 🙂
Minha alimentação no almoço, e na janta também, segue a ideia do consumo de alimentos menos industrializados, de pequenos produtores, quando possível, orgânicos e o mais variado possível, buscando me alimentar, como uma boa vegetariana, da maior variedade de alimentos, e até das espécies, por exemplo, não tão convencionais, e que não encontramos nas gôndolas de supermercado. Mesmo em um apartamento, tento produzir, plantar, algumas espécies, principalmente de folhas e temperos, para que eu possa produzir parte do meu próprio alimento.
Ando na minha bolsa sempre com um copo para usar em toda ocasião onde seria necessário, substituindo o uso de copos descartáveis, bem como meu canudo de aço inox, que mesmo não usando quase nunca canudo, e não sentindo tanto a necessidade, o tenho, pois ganhei de presente, então agora também tenho um para ocasiões que possa necessitar.
Para compras, ando sempre com uma sacola retornável na bolsa, e evito comprar produtos que venham com muita embalagem plástica, optando por refis, por exemplo, e faço uma escolha por marcas que tenham programas de responsabilidade socioambiental.
Para lavar a roupa, junto o máximo possível e que comporta na minha máquina, e uso uma bolinha com cerâmica dentro que, segundo o produtor; essas cerâmicas alteram fisicamente a estrutura molecular da água, e que isso reduz a tensão superficial da água, facilitando a sua penetração nas fibras dos tecidos para desprender as sujeiras. As cerâmicas alcalinas elevam o pH da água. A água alcalina é ideal para remover proteínas e gorduras presentes nas roupas. As cerâmicas também previnem a propagação de bactérias, higienizando e eliminando o mau cheiro, com efeito fungicida, germicida, desodorante e antioxidante. Em alguns casos uso um pouco de bicarbonato de sódio para ajudar na limpeza da roupa, o mesmo que uso para limpeza da casa.
Na pia, uso esponja vegetal e sabão de coco para lavar a louça, a qual ensaboo toda antes de passar pela água.
No fim do dia, o banho acaba sendo com sabonete de glicerina vegetal, shampoo em barra, também natural e feito por pequenas produtoras, e para tirar a maquiagem, uso óleos natural de amêndoa e uma bolinha de barbante natural, feita por mim mesma, que uso e depois lavo para usar novamente e substituo uso do algodão, por exemplo, ou lencinhos descartáveis.
Respeito todo e qualquer ser vivo, luto por igualdade e justiça social, dando o devido respeito a todas que cruzam meu caminho diariamente, bem como carinho, retribuindo sempre com muita gratidão as trocas.
Compartilho excedentes, como alimentos que tenho a mais e que podem estragar, meus adubos gerados na composteira, sorrisos, conhecimentos. ..
Trabalho empatia, minha escuta ativa, além de, principalmente, estar aberta a aprender com o outro, a me colocar na posição de saber que tenho muito ainda para aprender, e com todas as pessoas, independente de classes sociais, gênero, idade, cor de pele, orientação sexual. ..
E é por isso, que deixo aqui minha sugestão, que tenhamos mais conversas onde possamos trocar angustias, ideias, experiências, o que estamos fazendo para tentar contribuir para estar no planeta de forma saudável, de forma que possamos mudar a ideia de que somos uma espécie prejudicial às outras, e até para nós mesmas!
Por fim, relembro que o que coloco aqui não tem nenhuma classificação de O CERTO ou A ÚNICA forma, apenas a tentativa de quem constantemente está aprendendo e refletindo sobre seus atos, pois, se você que lê tem alguma sugestão a mais, ou algo a comentar sobre o que eu apresentei aqui, de forma desprendida e aberta, é muito bem vinda!
Gratidão!