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  • Foto do escritorElis Cristina

BALELA?!


capa do podcast Mamilos feita por Zeca Bral (Capa desenvolvida a partir de colagem das artes dos pernambucanos J. Borges, Samico e Bozó Bacamarte)

Hoje queria muito aproveitar para compartilhar com vocês um podcast que gosto muito, só não é o meu número 01 porque sou integrante de um outro podcast, e vamos combinar né! Bora valorizar aquilo que fazemos, né não !? rs .. Então, só fazendo um parênteses aqui, quem quiser saber mais do podcast que faço chama-se ARQ2P (https://soundcloud.com/arq2p), e é um podcast sobre arquitetura.

Mas enfim, deixando o merchandising de lado :), voltemos ao outro podcast que estava falando lá no início, o MAMÍLOS (https://www.b9.com.br/autor/mamilos/), um podcast criado e feito por duas mulheres, Juliana Wallauer e Chris Bartis, e que se intitula de um jornalismo de peito aberto, um espaço onde se tem a oportunidade de se discutir os assuntos mais em voga e de forma sólida, bem embasada e, principalmente, de forma democrática, aberta, com uma discussão muito saudável e construtiva.

E o último episódio não foi diferente - Mamilos 162, Futuros Possíveis: As Potências do Agreste - no qual o objetivo foi falar sobre outras perspectivas de viver, conviver, criar e transformar a partir do Sertão brasileiro, e tudo isso com uma mesa de convidados de peso: Alexandre Henrique Pires, coordenador executivo da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e coordenador geral do Centro de Desenvolvimento Agroecológico (centro Sabiá); Patrícia Bustamante, agrônoma e pesquisadora da Emprapa (Empresa brasileira de Pesquisa Agropecuária); Dulce, poetisa e mestre em cultura pernambucana; e Rosalita, agricultora assentada da reforma agrária.

Neste INCRÍVEL episódio - segue link https://www.b9.com.br/96658/mamilos-162-as-potencias-do-agreste/ - muitos mitos sobre a agricultura, a relação cidade e campo, agrotóxicos, sertão brasileiro, agricultura familiar, produtor rural e muito outros temas são discutidos de forma muito clara e nos convida a abrir a mente e o coração para repensá-los e criar novas perspectivas, propósitos e futuros.

Um dos vários pontos interessantes que o programa toca é da narrativa linear, como a própria apresentadora Juliana menciona, da agricultura convencional, da monocultura e do uso do agrotóxico, mais conhecida como A Revolução Verde, e que esta, por sua vez, é colocada como solução para erradicação da fome no mundo. Infelizmente esse discurso é propagado por ai afora, como algo verdadeiro, e acaba embasando medidas, até projetos de lei, que acabam fortalecendo o discurso da necessidade por agrotóxicos como solução única para que possamos produzir alimentos em grande escala.

Neste momento do programa um dos participantes da mesa lembra muito bem que muitos dos agrotóxicos, usados ainda hoje, foram resíduos de guerras, e que, portanto, foi se "vendida" a ideia de que esses eram necessários para agricultura, uma vez que, os então detentores, precisavam dar uma finalidade para todo aquele produto, e graças ao cultivo de uma única cultura (monocultura), modelo criado pelo homem e não pela natureza de produção de alimentos, o desequilíbrio consequência dessa produção geraria as conhecidas “pragas” e que a única solução para isso seriam os agrotóxicos.

Outro ponto para destacar dessa riquíssima conversa é o da agricultura familiar, agricultura esta que é feita por pequenos proprietários rurais, sendo os trabalhadores integrantes do próprio núcleo familiar e que se caracteriza por 70% da produção de alimentos que nós brasileiros consumimos, entretanto, estas mesmas famílias possuem apenas 1/4 do total das terras destinadas à produção no país. Humm.. esses números não fazem muito sentido, não é mesmo?

Muitas vezes essas famílias não possuem acesso às terras, financiamentos, oportunidades para expandirem, para produzirem de forma sustentável, orgânica e, principalmente, justa socialmente. É preciso rever a distribuição dessas terras, é tocante no assunto da Reforma Agrária sim, e, como bem lembrado na conversa, talvez essa seja umas das, não a única, mas verdadeira resposta para erradicação da fome.

A conversa continua, e cada vez mais envolvente, são vários os assuntos, as reflexões e os pontos de vistas, mas todos interconectados e extremamente necessários de serem discutidos perante a sociedade.

Por fim, outro assunto que vale muito a pena destacar aqui, mas sem dar "spoiler", é o da relação cidade e campo. Infelizmente ainda é muito forte a visão que apenas fora do campo, ou seja nas cidade, é que existe desenvolvimento e que, portanto, aqueles que lá no campo ficam não tem seu reconhecimento. No programa se discute as medidas para se mudar esse ponto de vista, passando até pelo tema da educação, mas, principalmente, na necessidade de subverter esses conceitos prontos, pois afinal, por que só quem sai do campo e vai para a cidade é que vira "gente" ?

Com esse post quis apenas destacar alguns dos pontos discutidos no programa, dos quais eu considero muito relevantes para com o que a Soul Verde vem desenvolvendo, mas sem dúvida existem muitos outros que valem a pena serem falados e refletidos, portanto, queria deixar aqui, mais uma vez, o convite para que ouçam a este podcast e que, para além disso, que estejam diariamente de olhos, ouvidos, mentes e, principalmente, de corações abertos para rever cada pequena atitude nossa perante a sociedade, nossas formas de viver, de nos relacionar, educar, trabalhar e etc.

Albert Einstein já dizia; “Loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual”. Neste episódio fica bem claro que as perguntas continuam as mesmas, mas e as respostas, será que são as mesmas?!

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