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  • Foto do escritorElis Cristina

O SEGREDO DA MULTIPLICAÇÃO


É quase como uma unanimidade o desejo por aprender a fazer mudas das nossas queridas verdinhas! Sejam para nós mesmas, para presentear outra pessoa, pra aumentar a produtividade da nossa hortinha, enfim, infinitas as razões, certo?!

CERTO!

Mas junto com essa vontade sempre vem a dúvida - E COMO FAZER?

E é ai que já te adianto uma coisinha! Não existe regra única, padrões, afinal, no mundo das verdinhas, e que me encanta muito, não tem certo e errado, não tem um único jeito de fazer as coisas, existem VÁRIOS!

Bom, então para começarmos do começo, não é mesmo, vou contar um pouco das formas reprodutivas das plantas, onde FAZER MUDAS é uma delas, e carregada de possibilidades!

Assim como todos os outros seres vivos, as plantas tem seu ciclo de vida - NASCER, CRESCER, SE REPRODUZIR E MORRER - portanto, reprodução é uma de suas metas de vida, e é por este motivo que elas levam super a sério, apresentando INÚMERAS formas para concretizar este objetivo.

A forma mais comum e conhecida de todos, e até mais análoga a reprodução no mundo animal, é a através de sementes!

Quem ai nunca na infância plantou a sementinha do feijão no algodão, não é mesmo, e ficou na maior ansiedade para vê-lo brotando!

A grande maioria das espécies vegetativas apresentam sementes e, portanto, tem como forma de reprodução SEXUADA, a SEMEADURA, ou seja, o plantio de sementes, seja através do ser humano e outros animais, ou ainda através da própria astúcia das plantas que sabiamente dispersam suas sementes por ai!

No mundo da jardinagem chamamos de SEMEADURA, quando adquirimos sementes e as plantamos de duas formas;

1- Em recipientes que controlam melhor a semeadura, como sementeiras, caixotes ou vasos, armazenados em locais climatizados e adequados para favorecer a germinação da semente (estufas), e depois de maiorzinhas as mudinhas são transplantadas para o local de destino - canteiros, vasos maiores, etc.;

2- Ou através da Semeadura direta, ou seja, a semente é plantada já no local onde ficará, no canteiro ou no vaso.

A forma de semear vai depender muito do tipo de semente, aquelas mais frágeis como muitas das espécies que plantamos em nossas hortinhas, como tomate e hortaliças no geral, precisam de um semear mais protegido e adequado para que a probabilidade de germinarem seja maior, e então quando mais desenvolvidas são direcionadas para seu canteiro de destino.

Entretanto, algumas outras espécies suas sementes podem ser plantadas direto no local definitivo, algumas até exigindo que assim seja por não suportarem o transplante quando novas, como o caso do nosso amiguinho feijão!

A forma de plantio também vai depender da espécie de que se trata aquela semente, mas em sua maioria é indicado que sejam enterradas até 2 vezes o seu tamanho sob a terra, pois se muito fundas não terão força suficiente para romper a terra ao germinarem.

Minha sugestão é, se comprada a semente, ler exatamente a embalagem, pois lá vêm todas as instruções de plantio, inclusive a época certa para tal, afinal, não se esqueçam, as plantas tem sua época certa de reprodução, influenciando diretamente na germinação da semente. Algumas sementes hibernam, e não adianta fazer tudo certinho, pois se não for o momento certo, ela não germinará.

Já no caso de ganhar ou colher uma semente, faça a tarefa de casa, pesquise sobre essa semente, veja se é necessário algum tipo de ação mecânica ou química, como lixar ou colocá-la em ácido. Na natureza as sementes possuem um passo a passo para germinarem, não basta colocá-las na terra e voilà, algumas sementes só quebram sua dormência depois de terem passado pelo trato intestinal de um animal, seu dispersor, por exemplo, portanto, em um caso desse, se quiser semeá-la precisará simular essa etapa colocando-a no ácido.

Achava que era simples, né!? Só que não! rs

Assim como tudo que falo sobre o mundo das plantas, exige estudo, exige conhecê-las de verdade, caso contrário, a frustração será constante!

Sendo assim, no caso de fazer mudas a partir de outras plantinhas não é diferente!

Se a semeadura é a forma sexuada de reprodução das plantas, a atividade preferida da maioria das nossas avós, e provavelmente a sua que me lê aqui, fazer mudas a partir de outras plantas é a forma ASSEXUADA de reprodução das plantas.

Também conhecida como REPRODUÇÃO VEGETATIVA ou CLONAGEM, algo não tão comum para nós seres humanos, multiplicar uma espécie vegetativa através dessa forma é uma somatória de ações comuns às plantas, ou seja, que acontecem independente da interferência humana, e outras ações que derivaram do estudo dessas pelos humanos e que acarretaram em técnicas para indução.

A mais comum e ouvida dessas técnicas são as ESTACAS, as quais utilizam-se de partes das plantas, como suas folhas e galhos, visando sua regeneração e dando origem a uma nova planta, como exemplo das folhas das queridinhas suculentas, que quando em contato com o solo geram novas e lindas suculentas.

Existem várias técnicas de ESTAQUIA, as quais dependerão da espécie vegetativa em questão, mas em sua maioria, aquelas plantas de caule molinho (herbáceas) quando tirado um galho seu, exemplo do manjericão, este primeiramente terá que enraizar (criar raiz) na água, e só depois poderá ser plantado. Já as plantas de caule lenhoso, durinho, seus galhos poderão, em sua maioria, serem plantados direto na terra, como o caso do alecrim e das roseiras.

Ambas as formas aconselha-se a retirada de 1/3 da área foliar do seu galho para impedir a desidratação por transpiração, além de pegar ramos de galhos na parte mediana da planta e nas áreas mais externas, onde se tem maior concentração de substância de reserva que irá facilitar o enraizamento, em um tamanho médio de 20 a 30 cm de comprimento e possuir pelo menos de 2 a 3 gemas, aquele nó nos galhos de onde sairão novos brotos.

Essas são formas generalizadas para se fazer estaquia, mas para garantir que sua estaca irá funcionar, o melhor é pesquisar a forma assexuada de reprodução daquela planta, e assim será mais garantido que sua nova mudinha dará certo.

Além da estaquia existem algumas espécies vegetativas, como o querido da vez, o Ficus lyrata, que só é possível sua reprodução assexuada através de uma técnica mais específica chamada de ALPORQUIA, que consiste no enraizamento desse ramo retirado através da colocação desse em contato com um outro galho ainda parte da planta mãe, assim como a ENXERTIA, similar, e muito comum para as espécies frutíferas. Ambas as técnicas são muito delicadas e exigem conhecimento para fazê-las para garantia de sucesso.

Assim como a Semeadura, a reprodução Assexuada também têm épocas melhores para serem feitas, no caso de plantas herbáceas podem ser feitas durante o ano todo, mas as lenhosas recomenda-se fazer na época de repouso vegetativo, outono e inverno, quando há maior concentração de substância de reserva nos galhos.

Tentei aqui contar um pouco sobre as duas formas mais comuns de reprodução das plantas, mas sem dúvida cada uma delas poderia preencher um post inteiro de tanto conteúdo e curiosidade envolvidos, mas aqui a ideia é mostrar que não existe regra pronta, não é receita de bolo, é experimentação, é atenção, observação e muito carinho, que somados as técnicas aumentam as chances de que sua nova mudinha cresça e se torne numa linda plantinha!

Tem dúvida ou quer saber mais, entre em contato com a Soul Verde! ;)

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