Há quem diga que não existe planta ruim, mas sim planta mal escolhida. E é com esse pensamento que começo esse post onde vou falar de alguns pontos importantes de atenção na hora de comprar verdinhas novas para sua casa.
Em São Paulo as lojas de plantas só crescem, é uma mais linda que a outra, verdadeiros oásis em São Paulo, refúgios para tomar um café e, ainda, de quebra, levar uma nova belezinha para casa. Tudo isso é resultado do crescimento do número de loucxs por plantas, pessoas que cada vez mais enchem suas casas de plantas em troca do sentimento de bem estar proporcionado por elas.
Porém, muitas vezes, apenas movidxs por impulsos ou modismos, levamos algumas dessas mocinhas para casa sem saber exatamente se ela é a planta ideal para se ter, se encontram-se saudáveis, ou, ainda mais triste, esquecendo do fato que está lidando com um SER VIVO, e que, assim como nós, têm suas necessidades para sobreviverem.
É muito comum o olhar objetificado para com as plantas, pessoas que as veem como artigo de decoração apenas, sem vida, descartáveis como objetos, esquecendo que elas têm necessidades e preferências que vão influenciar na sua saúde e longevidade.
Portanto, na hora de comprar uma planta, a primeira tarefa é saber exatamente de que planta está falando, qual seu habitat natural, de florestas densas como a Mata Atlântica, ou do Cerrado, lugar seco e quente. Conhecer bem quem será a nova moradora da sua casa lhe ajudará a cuidar melhor dela mas, principalmente, também para saber se ela é realmente a tampa da sua panela.
Tenha em mente que as plantas nunca vão se adequar à sua casa, mas sim sua casa que terá que se adequar às condições ambientais e às necessidades básicas daquela planta, ou seja, se souber que tipo de condições luminosas e de temperatura, bem como a sua disposição de tempo para cuidados, já é meio caminho andado para fazer a escolha certa.
Se sua casa não pega sol e é mais úmida e sombreada, então a suculenta não será uma boa opção para você, por exemplo, uma vez que seu habitat natural são locais desérticos, com clima mais seco, muito sol e chuvas espaçadas. Nestas condições será melhor você optar por folhagens como as Marantas, elas vão se sentir em casa.
Além das condições locais, não se esqueça de quem mais habita sua casa além de você e sua futura nova verdinha. Lembre-se que as vezes, se você possui crianças e/ou animais de estimação, existem algumas plantas que não serão uma boa escolha por se tratarem de produtoras de uma seiva que pode causar alergias, irritações e até condições mais sérias se mordidas ou ingeridas.
Pense bem onde irá colocar a planta, lembre-se que elas crescem de tamanho, algumas mais e outras menos, mas geralmente quando são compradas estão ainda muito jovens, e podem se tornar adultas bem grandinhas, sendo em alguns casos inviáveis para algumas casas.
Ciente dessas condições que sua casa pode oferecer, passamos para o momento da compra efetivamente, ou seja, o que faz escolher entre uma ou outra, as vezes até da mesma espécie.
A maioria das pessoas adoram as flores, são hipinotizadxs por elas, mas é compreensível, afinal é a parte mais sedutora das plantas, justamente por ser sua função, atrair para perpetuar sua espécie. Porém, deixe-se encantar por elas, mas não enganar-se. Muitas vezes, escolher uma planta pela suas condições gerais, pela sua estrutura como planta, as condições de suas folhas, caules e raizes pode ser uma boa forma de levar plantas mais saudáveis para casa e de vida longa.
Entre uma planta com muitas flores e outra com algumas flores e botões, priorize as com mais botões, pois você terá a opção de ter mais flores por mais tempo, e, atenção, quando as flores caem não quer dizer que a planta morreu e que você deve descartá-la, lembra, ela é um ser vivo, então continue cuidando dela com todo amor que ela retribuirá com novas flores na época adequada para tal.
Olhe a planta de cabo a rabo, vire as suas folhas para ver a parte posterior, pois se for para ter algum bichinho indesejável, é ali e nos lugares mais escondidos que eles vão estar. Veja a saúde das folhas e caules, se não encontram com manchas e colorações diferentes, pois pode ser sinal de alguma doença ou falta de nutrientes.
As raizes são mais difíceis de olharmos, mas duas dicas importantes para ver sua saúde; veja a parte do caule bem perto da substrato, onde seria a parte de transição deste para a raiz, toque delicadamente, se estiver mole e pegajoso e/ou com tonalidade mais escura, quase preta, é sinal que a raiz pode estar podre. Tenha atenção, também, para as condições da raiz na parte debaixo, se estiver com as raizes saindo pelos buraquinhos do vaso ou visivelmente enovelada, ou seja, toda enrolada na parte debaixo do vaso, não é um bom sinal, e o crescimento dessa planta pode estar prejudicado.
Ainda na parte inferior da planta, veja as condições do substrato que se encontra plantada, bem como o vaso. Na maioria das vezes elas vêm plantadas em vasos de plástico, mas eles não são a melhor opção, e quase sempre já são pequenos para aquela planta, sendo ideal sua troca, bem como do substrato se o mesmo for avermelhado e compactado. Opte por plantas em substratos mais escuros e soltinhos.
Por fim, veja a saúde da planta pelos brotos novos, se eles estão vindo com carinha saudável, sem estar com partes secas ou manchadas, é sinal que a planta está bem. Veja também se seu crescimento foi de forma saudável, e a planta não está estiolada, ou seja, "pescoçuda". O estiolamento, muito comum nas suculentas e cactos, é uma deformidade causada nas plantas que estão a procura de luz solar, fazendo com que elas cresçam em direção a ela, mas não de forma saudável. Uma planta estiolada, mesmo que depois colocada em um lugar correto com relação a luminosidade, não deixará de estar estiolada nas suas partes já existentes, mas as novas irão crescer de forma correta.
Última dica, mas não menos importante, na verdade um lema para que leve sempre com você! Já te disse que as Plantas são SERES VIVOS, certo!? E que devem ser tratadas como tal! Pois é, então assim como nós e todos os outros seres vivos, elas não são perfeitas, as imperfeições não são problemas, fazem parte da vida, fazem parte do ser, e, portanto, não queira que suas plantas sejam perfeitas, aprenda com elas a amar a "imperfeição", amar o que elas têm de melhor, amar a diversidade, e a se amarem !